segunda-feira, 26 de julho de 2010

HOJE É O “DIA DOS AVÓS”

Não conheci meus avôs, pois já haviam partido quando cheguei. Mas tive a felicidade de conviver com minhas avós, especialmente a minha queridíssima avó materna, a quem prestei homenagem num texto postado no dia 20 de janeiro deste ano.

Minha avó paterna era uma típica senhora de família tradicional, daquelas que conservam uma postura aristocrática, resquícios dos tempos áureos que ficaram pra trás. Vó Linda era de poucas palavras e, mesmo não sendo carrancuda, tinha um semblante inalterável, plácido, distante. Sinceramente, não me lembro de tê-la visto sorrindo alguma vez. Nunca saía de casa, viu a vida passar pela janela. A casa era escura, silenciosa, de rotina conservadora, mas tinha um velho piano na sala, a coisa que mais me atraía naquele ambiente sem cor. Enfim, convivemos pouco, pois quando ela se foi, eu ainda era uma menina.

Minha avó materna era absolutamente o oposto: de origem muito humilde, ficou viúva cedo e precisou trabalhar arduamente para criar sozinha os cinco filhos. Todavia, apesar das dificuldades por que passou e da vida simples que levava, era alegre, intensa, brincalhona, divertida, expressiva, às vezes até exagerada, carinhosa e sempre muito presente em nossas vidas durante os seus 88 anos bem vividos, e grande parte deles morando conosco. Gostava de dançar, de viajar; era uma sumidade na arte de cozinhar e uma artesã de mão cheia. Quando nos deixou, eu já era uma balzaquiana. Sinto uma saudade tão grande da minha avó. Éramos muito apegadas e eu me lembro dela todos os dias.

A propósito, estou prestes a me tornar tia-avó. Minha primeira sobrinha-neta nasce por esses dias. Estou ansiosa para ver a nossa princesinha.

Jandira.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

FRUSTRAÇÃO

Uma pessoa muito querida fez minha inscrição no evento II Mostre o seu Talento, promovido pelo Sebo Cultural e Prefeitura Municipal de João Pessoa-PB, na tentativa de me ajudar a desbloquear, a despertar minha criatividade adormecida há mais de quinze anos.

Infelizmente, creio que ainda não foi desta vez, e isso está explícito na tela que pintei para o evento. Não encontrei o meu traço, o jeito, o estilo, aliás, falta vida e movimento, nem parece algo feito por mim, por estas mãos que já reproduziram as minhas inspirações com tanta fidelidade e entusiasmo, como se fosse uma fotografia do meu momento criador.

Confesso que foi muito difícil realizar esse trabalho, e digo mais, sinto-me constrangida e até me arrependo por ter encarado o desafio. E pensar que antes essa atividade me proporcionava tanto prazer e alegria... Que frustração, que tristeza...

Jandira.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

O QUE FAZER?

É angustiante perceber que todos os sonhos estão ficando para trás, perdidos pela vida afora. O que fazer quando não se tem uma motivação, um estímulo mínimo para realizar até as tarefas mais básicas do dia-a-dia?

As pendências já nem incomodam tanto como antes. Assim, pouco a pouco tudo vai perdendo o sentido, a cor. Eis que a máquina torna-se obsoleta e perde a utilidade.

Sem dúvida, algo está errado. E aí, o que fazer? O tempo urge e não retorna, portanto, é preciso reagir. É horrível ver a vida passar assim, “em brancas nuvens”, como se bastasse apenas cumprir o tempo restante.
Mas, o que foi feito da luz no fim do túnel? Onde se escondeu e como encontrá-la?

Jandira.