segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

MAIS VIOLETA FORMIGA

VIVER E SONHAR

Do amor
decorre o sonho
de se querer ter,
de acreditar
na possibilidade de ser,
de se libertar
(só o homem livre
é capaz de amar).

Sem amor
todo sonho
torna-se inócuo e vazio
não mais do que
um sonho
que se sonha por sonhar...


FIXA NÃO SOU

Das pedras
um muro se edificou
como resistente.
Nasceu uma flor
nas pedras quentes
porém não resistindo
à tempestade dos ventos
se foi
levada como pluma
revivendo semente
nas águas
nas margens de um rio
mais resistente.
Imagens do Google

sábado, 25 de dezembro de 2010

EXPLOSÃO

A terra em fúria lança chamas
Das entranhas incandescentes
A lava espessa escorre ardendo
Pelas encostas e vales e grutas

Como uma fera no cio
Latejante e faminta

Estremece com voragem

Em estrepitosa explosão

É a fusão dos elementos
Criação/transformação

De uma nova matéria
De uma nova vida...


Jandira.
Imagens Yahoo!

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

FELIZ NATAL!

Queridos leitores e seguidores,
Desejo muitas alegrias a todos no Natal,
e um 2011 de grandes realizações.
Que a humildade, o respeito e o amor ao próximo
estejam sempre presentes em nossos corações.
Saúde e paz para todos!
E obrigada pelas visitas e os comentários
tão carinhosos. Grande abraço e
boas festas.
Jandira.
.
Imagens do Google

domingo, 19 de dezembro de 2010

CONTENTAMENTO

Presente valiosíssimo...
abstrato - não se pode tocar
mas sentir com toda a alma.

A luz resplandece na noite fria
e seu calor aquece e emana
um perfume delicioso...

Tem um sabor indescritível
e a suavidade da melodia
envolvendo o coração em festa
prenhe de júbilo e agradecimento.

Jandira.
Imagens do Google

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

AMOR PLATÔNICO

Quem já não teve um amor platônico na vida, especialmente durante a adolescência? A descoberta daquela coisa diferente, inusitada e desconhecida que passamos a sentir por alguém; um arrebatamento que tira o sossego, a fome, o sono e a concentração; aquele desejo de estar sempre por perto; a necessidade de ver, mesmo de longe e o temor de que o causador desse turbilhão emocional e as outras pessoas percebam o que está se passando conosco são os principais sintomas do despontar de um amor platônico. Céus! É uma tortura!

Sentimento doce e amargo,
inatingível, irrealizável,
quimera, ilusão, fantasia,
prazer efêmero, tormento constante,
agitação, ansiedade, calmaria,

guerra e paz.

Em geral, o amor platônico não é duradouro, desponta logo com o primeiro amor e ocorre quase sempre com pessoas muito tímidas (assim como eu). A propósito, passei por isso três vezes. Durante alguns anos da minha adolescência me vi apaixon
ada por meninos que nem chegaram a tomar conhecimento do que eu sentia. Foram colegas do colégio e de turma, amigos queridos até hoje.

Enfim, os amores platônicos passaram e, obviamente, tive meus namoradinhos, até que um belo dia, adolescente ainda, encontrei a minha alma gêmea. Aliás, este não é um acontecimento comum, pois várias pessoas passam por muitas vidas, casam, descasam ou não casam e, mesmo com tantos relacionamentos vividos, nunca encontram a alma gêmea.
Às vezes, até acreditam ter encontrado, mas...

Eu, que sou uma menina de muita sorte, pois tenho uma família maravilh
osa e amigos verdadeiros, também recebi a graça de encontrar a minha alma gêmea, não é demais? Aliás, devo dizer que reencontrei, afinal, de alguma forma estamos juntos (mesmo quando distantes) há séculos e séculos e séculos e séculos...

Imagens: Google. Foto: Jandira.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

ALMAS GÊMEAS

Ficar um sem o outro
é ficar sem chão,
sem sol, sem ar.
Tudo perde a cor,
o valor, o sentido,
a razão de ser.

Você é parte de mim,
eu sou parte de você,
nos completamos.
Precisamos um do outro
para viver, para ser...
Separados não existimos.
.
Nosso amor é infinito,
nada poderá nos separar,
nos pertencemos.
Estamos acorrentados,
aprisionados, entranhados,
somos almas gêmeas.
.
Nos amaremos
por todas as vidas,
por todos os séculos...
E assim, de alguma forma
estaremos sempre juntos,
você e eu - nós, eternamente.

Jandira.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

COISA BOA É TER AMIGO

Há pessoas que são especiais, verdadeiros presentes de Deus em nossa vida. E desta vez não estou falando de filhos, pais, irmãos, companheiros ou outros parentes. Refiro-me ao verdadeiro amigo. Aquela pessoa que quando conhecemos sentimos que existe um elo espiritual nos unindo, como se já nos conhecêssemos há muitas existências.

A propósito, até já escrevi sobre isto em julho/2009, mas é sempre bom lembrar que encontrar um amigo de verdade, num universo de tanto egoísmo, egocentrismo e inveja, é como descobrir um tesouro de valor incalculável, pois a amizade não tem preço.


O verdadeiro amigo nos dá colo, conselhos, carinho, compreensão e até bronca, quando se faz necessário; sabe ouvir sem criticar, advertir sem ferir, e quando não encontra palavras para amenizar a nossa dor, nos conforta com seu silêncio, mas sem largar a nossa mão, mesmo à distância. A amizade é uma troca em que o mais importante é o bem-estar do outro.

Considero-me uma pessoa de muita sorte, rica mesmo, pois o número de amigos sinceros, verdadeiros está crescendo. Já completou uma mão e está passando para a outra, não é
demais?

Infelizmente, algumas pessoas não conseguem um único amigo, amigo mesmo, por toda a vida. Essas pessoas nunca sentiram o valor de uma amizade sincera.

Imagens: Google.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

MUTAÇÕES


Espero que você
se torne
essencialmente
belo.
(como as metáforas
dos mistérios).
Chove
e eu vejo a cor
dos seus olhos
cada suficiente
instante
que me cerca
(e eu tento captar
este (uni)verso).
Dentro de mim você
me chama
e eu não sossego
(é que eu tenho a forma
mágica
dos pássaros
no cio
das primaveras).
Você me enxerga
e me acerta
sobre o telhado,
sob a janela, sobre a
esfera
na mais íntima
intrínseca luz
(das velas).


(Violeta Formiga)

terça-feira, 30 de novembro de 2010

sábado, 27 de novembro de 2010

É O APOCALIPSE?

O que está acontecendo com a humanidade?
Os pais perdendo a autoridade perante os filhos,
os filhos perdendo o respeito pelos pais.
Ingratidões, grosserias, injustiças, desamor...
As pessoas não têm mais noção do que é certo ou errado.
Guerras, destruição da natureza, massacres, doenças;
falta de escrúpulos, de bom senso, de humildade, de respeito;
insanidades, psicoses, desatinos, paranóias. Que loucura, meu Deus!
O caos está instalado, a droga e a violência ganhando cada vez mais espaço.
Céus! O que fazer, afinal? Onde isso vai parar? É o apocalipse?
.
Jandira.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

PONTO DE VISTA

Repetindo o que já citei em textos anteriores, sou uma observadora contumaz do comportamento humano e, apesar desses anos todos de observação, confesso que ainda não consigo me acostumar com a maneira de se comportar de certas pessoas que envelhecem, mas não amadurecem. Por exemplo, alguém que já está descambando para a terceira idade e não se toca, continua agindo como se fosse um adolescente inconsequente ou um adulto irresponsável...

É simplesmente patético, ridículo, destoante, assim como uma criança ou adolescente que assume a conduta de uma pessoa muito velha. É bem verdade que, neste caso, a situa
ção é esquisita, mas não chega a ser tão grotesca.

Não quero dizer com isso que as pessoas mais velhas não devam ser brincalhonas, alegres, joviais, divertidas e
cheias de energia. Absolutamente! Aliás, para que se tenha um amadurecimento saudável, é demasiado importante manter a jovialidade, cultivar e disseminar a alegria. Contudo, isso não significa que se deva ter um comportamento infanto-juvenil, caricato, burlesco. Isso denota um mau gosto inominável, tendendo mais à senilidade.

Cada fase da vida tem a sua beleza. E não adianta querer segurar o tempo, é impossível. Mas, enfim, cada um se comporta como se sente bem, não é? Nem todas as pessoas têm o tão necessário senso de autocrítica, são os chamados “sem noção”, aí já viu... É uma tristeza, dá até pena o espetáculo bufo que se tornam.

Imagens: Google.

sábado, 20 de novembro de 2010

CUIDE BEM DO SEU AMOR

O amor,
tal qual uma plantinha,
deve ser regado a cada dia.
Sem alimento definha,
murcha, seca e morre.

O amor alimenta-se de
atenção, carinho, cumplicidade,
desejo... e, sobretudo,
confiança, lealdade e
respeito.

Cuide bem do seu amor
Mantenha a chama
sempre acesa,
não a deixe
perecer.

Jandira.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

PROFUNDO

Ando muito atarefada, às voltas com o levantamento bibliográfico para o trabalho final da pós-graduação, por isso não tenho tido muito tempo de alimentar o blog.

Não acho muito interessante ficar utilizando os textos alheios, a não ser quando são muito especiais e oportunos. É o caso da obra formidável de Violeta Formiga. Deleitem-se...

APRENDIZAGEM

Acordar
(nova)mente
sendo
cada instante
universal
momento.

COSMOSOFIA

Entre a palavra
e a solidão
se divide a porta
do tempo.

Ela é feita
pelo silêncio da palavra
sobre a palavra do silêncio.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Poesias da admirável Violeta Formiga

TORMENTO

Perdida é a noite
em que os homens
se calam.
Pois deste silêncio absoluto
absurdo
se derivam todas as trevas.


DÁDIVA

Ser pássaro
e voar infinito.
(Que seja este
o meu último
castigo).

AOS LEITORES E SEGUIDORES

Caríssimos e raríssimos leitores, vocês devem ter estranhado a retirada do quadro de seguidores e os comentários deste blog.

Questão de ponto de vista

É fato que um blog é um diário, mas um diário público e não particular como aquele muito utilizado durante a adolescência. Ao levarmos a público os nossos pensamentos e opiniões, devemos ter um mínimo de responsabilidade e prudência, para evitar que outras pessoas sejam atingidas e sofram danos morais, ridicularizações, ofensas, constrangimentos etc. Isso se chama educação e, sobretudo, respeito. Gostamos de ser respeitados, não é? E costumamos respeitar o outro, o espaço, a vida do outro? Enfim...

Neste espaço (que é meu!), procuro manter o nível no que é publicado, especialmente pelo enorme respeito que tenho pelas pessoas. Além disso, a finalidade a que se destina o meu blog é outra e não deve ser desvirtuada.

Assim, guardarei os comentários de vocês com muito carinho e ficarei imensamente feliz se continuar a recebê-los. Todavia, de agora em diante devem ser enviados via e-mail. É só identificar no assunto - Blog da Janda, fazer o comentário desejado e mandar para este endereço: nucoli@yahoo.com.br
Agradeço a compreensão de todos e espero as manifestações.
.
Imagens: Google.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

LER O MUNDO

Esta crônica de Affonso Romano de Sant’Anna é simplesmente primorosa! Uma verdadeira obra de arte! Vejam que beleza:

Ler o mundo
(Affonso Romano de Sant’Anna)

Tudo é leitura. Tudo é decifração. Ou não. Depende de quem lê. [...]
Tudo é leitura. Tudo é decifração. Ou não. Ou não, porque nem sempre deciframos os sinais à nossa frente. Ainda agora os jornais estão repetindo, a propósito das recentes eleições, “que é preciso entender o recado das urnas”. Ou seja: as urnas falam, emitem mensagens. O sambista dizia que “as rosas não falam, as rosas apenas exalam o perfume que roubam de ti”. Perfumes falam. E as urnas exalaram um cheiro estranho. O presidente diz que seu partido precisa tomar banho de “cheiro de povo”. E enquanto repousava nesses feriados e tomava banho em nossas águas, ele tirou várias fotos com cheiro de povo.
Paixão de ler. Ler a paixão. Como ler a paixão se a paixão é quem nos lê? Sim, a paixão é quando nossos inconscientes pergaminhos sofrem um desletrado terremoto. Na paixão somos lidos à nossa revelia.
O corpo é um texto. Há que saber interpretá-lo. Alguns corpos, no entanto, vêm em forma de hieróglifos, dificílimos. Ou, a incompetência é nossa, iletrados diante dele? Quantas são as letras do alfabeto do corpo amado? Como soletrá-lo? Como sabê-lo na ponta da língua? Tem 24 letras? Quantas letras estranhas, estrangeiras nesse corpo? Como achar o ponto G na cartilha de um corpo? Quantas novas letras podem ser incorporadas nesta interminável e amorosa alfabetização? Movido pelo amor, pela paixão pode o corpo falar idiomas que antes desconhecia.
O médico até que se parece com o amante. Ele também lê o corpo. Vem daí a semiologia. Ciência da leitura dos sinais. Dos sintomas. Daí partiu Freud, para ler o interior, o invisível texto estampado no inconsciente. Então, os lacanianos todos se deliciaram jogando com as letras – a letra do corpo, o corpo da letra. Portanto, não é só quem lê um livro, que lê.
Um paisagista lê a vida de maneira florida e sombreada. Fazer um jardim é reler o mundo, reordenar o texto natural. A paisagem pode ter sotaque. Por isto se fala de um jardim italiano, de um jardim francês, de um jardim inglês. E quando os jardineiros barrocos instalav
am assombrosas grutas e jorros d’água entre seus canteiros, estavam saudando as elipses do mistério nos extremos que são a pedra e a água, o movimento e a eternidade.
O urbanista e o arquiteto igualmente escrevem, melhor dito, inscrevem um texto na prancheta da realidade. Traçados de avenidas podem ser absolutistas, militaristas, e o risco das ruas pode ser democrático dando expressividade às comunidades.
Tudo é texto. Tudo é narração.
Um desfile de carnaval, por exemplo. Por isto se fala de “samba enredo”. Enredo além da história pátria referida. A disposição das alas, as fantasias, a bateria, a comissão de frente são formas narrativas.
Uma partida de futebol é uma forma narrativa. Saber ler uma partida - este o mérito do locutor esportivo, na verdade, um leitor esportivo. Ele, como o técnico, vê coisas no texto em jogo, que só depois de lidas por ele, por nós são percebidas. Ler, então, é um jogo. Uma disputa, uma conquista de significados entre o texto e o leitor.
[...] Estamos com vários problemas de leitura hoje. Construímos sofisticadíssimos aparelhos que sabem ler. Eles nos lêem. Nos lêem melhor que nós mesmos. E mais: nós é que não os sabemos ler. Isto se dá não apenas com os objetos eletrônicos em casa ou com os aparelhos capazes de dizer há quantos milhões de anos viveu certa bactéria. Situação paradoxal: não sabemos ler os aparelhos que nos lêem. Analfabetismo tecnológico.
A gente vive falando mal do analfabeto. Mas o analfabeto também lê o mundo. Às vezes, sabiamente. Em nossa arrogância o desclassificamos. Mas Levi-Strauss ousou dizer que algumas sociedades iletradas eram ética e esteticamente muito sofisticadas. E penso que analfabeto é apenas aquele que a sociedade letrada refugou. De resto, hoje na sociedade eletrônica, quem não é de algum modo analfabeto? Vi na fazenda de um amigo, aparelhos eletrônicos que, ao tirarem leite da vaca, são capazes de ler tudo sobre a qualidade do leite, da vaca, e até o pensamento de quem está assistindo a cena. Aparelhos sofisticadíssimos lêem o mundo e nos dão recados.
A camada de ozônio está berrando um S.O.S, mas os chefes de governo, acovardados, tapam (economicamente) o ouvido. A natureza está dizendo que a água além de infecta, está acabando. Lemos a notícia e postergamos a tragédia para nossos netos.

É preciso ler, interpretar e fazer alguma coisa com a interpretação. Feiticeiros e profetas liam mensagens nas vísceras dos animais sacrificados e paredes dos palácios. Cartomantes lêem no baralho, copo d’água, búzios. Tudo é leitura. Tudo é decifração. Ler é uma forma de escrever com mão alheia. Minha vida daria um romance? Daria, se bem contado. Mas bem escrevê-lo são artes da narração. Mas só escreve bem, quem ao escrever sobre si mesmo, lê o mundo também.
.
(Imagens google)

domingo, 14 de novembro de 2010

ENFIM, AMANHECEU


E o dia amanheceu em festa
Azul, brilhante, liiinnndo!
Tudo renasce a cada dia
É a lei da natureza, a lei da vida.

As histórias são contadas
Reinventadas e renovadas.
E o ser humano é especial
Ergue-se mais forte a cada dia.

Às coisas insignificantes, lixo.
Não merecem qualquer atenção
Nem desgaste nem desgosto.

A vida é uma passagem transitória
O verdadeiro grande presente de Deus.
O tempo... esse é fugaz e precioso!
.
Jandira.

sábado, 13 de novembro de 2010

PESADELO


De repente, um vácuo total
As imagens se dissipando
O gosto amargo na boca
Onde está o chão?

Sumiram as luzes, as cores
Nenhuma aragem ou calor
Apenas uma dor pungente
Onde está a saída?

Afundar na imensidão do mar
Desaparecer na areia movediça
Sumir, evaporar sem deixar rastro?

E quanto ao grande presente?
Amanhã, irremediavelmente,
O dia tornará a nascer.
.
Jandira.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

NADA DE NOVO...



Soneto de Fidelidade
(Vinícius de Moraes)

De tudo, ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.


Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.

E assim quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.



Versos Íntimos
(Augusto dos Anjos)

Vês! Ninguém assistiu ao formidável
Enterro de tua última quimera.
Somente a Ingratidão - esta pantera -
Foi tua companheira inseparável!

Acostuma-te à lama que te espera!
O Homem, que, nesta terra miserável,
Mora, entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera.

Toma um fósforo. Acende teu cigarro!
O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja.

Se a alguém causa inda pena a tua chaga,
Apedreja essa mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija!

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

AFINAL... O QUE SOMOS?

Seres humanos ou feras?
Harmonia, cultura e arte?
Máquinas ou equipamentos?
Qualquer coisa ou nada disso?

Somos produto descartável?

Material reciclável?
Artigo perecível, fora da validade?
Lixo tóxico ou pré-sal?

Por que e pra que estamos aqui? O que nos aguarda?
Temos algum valor, alguma importância ou serventia?
Qual o nosso papel no meio em que vivemos?
Que missão precisamos cumprir nesta parada?

Jandira.

sábado, 18 de setembro de 2010

QUEBRA

A confiança é fundamental em qualquer relação humana, seja entre amigos, parentes, casais, colegas de trabalho, de turma, enfim, a confiança é um fator de equilíbrio para uma convivência saudável. Na verdade, é uma demonstração de respeito e consideração. Por isso o estrago é tão grande quando acontece a sua quebra. É como um ferimento profundo que pode até sarar, mas deixa uma cicatriz permanente. A quebra da confiança fere, machuca e como dói, afinal é uma perda, um desencanto, uma decepção.

Amizade, carinho, apreço, amor são sentimentos essenciais ao ser humano, assim como a honestidade, a humildade e o respeito são virtudes indispensáveis. É lamentável quando a pessoa não consegue ser verdadeira e trai a confiança do outro, maculando, deteriorando relações tão valorosas.

Jandira.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

É ISSO AÍ!

Hoje, ao visitar o blog de alguém muito especial para mim, senti um orgulho danado de partilhar da sua amizade, da sua história. Seu depoimento ratifica uma das atitudes mais dignas e admiráveis que se deve ter sempre – a humildade.

Humildade, gratidão, ética, amor e respeito ao próximo são algumas das virtudes que muito enobrecem o ser humano. Reconhecer quando se extrapola os limites e ter a hombridade de pedir desculpas é sinônimo de inteligência e demonstração de grandeza de espírito.

Eu já esperava tal atitude dessa pessoa tão querida, inteligente e ponderada, a quem admiro muito e gosto demais. Você, sem dúvida, é muito especial!

Jandira.

sábado, 21 de agosto de 2010

NAS ENTRELINHAS...

A sutileza é um recurso inteligente para quem trabalha com a palavra. Podemos tecer comentários, fazer críticas, protestar, exprimir toda a nossa indignação contra o que ou quem quer que seja. A maneira como fazemos isso é que faz toda a diferença.

A palavra é uma arma poderosa, capaz de provocar reações e manifestações as mais diversas e inusitadas. Algumas pessoas preferem usar as palavras desnudas, cruas, mastigadas, evidentes demais. Mas assim elas perdem o encanto e o texto produzido limita-se apenas a informar a opinião de quem o escreve.

Sinceramente, é muito mais interessante utilizar as palavras com sutileza, com argúcia, despertando no leitor a capacidade de ler nas entrelinhas, de captar a mensagem que o autor quis passar, instigando-lhe o desejo de argumentar, fazer conjecturas e tirar suas próprias conclusões. É ou não é?

Jandira.

domingo, 8 de agosto de 2010

HOMENAGEM AO PAI QUE JÁ PARTIU

A morte não é nada.
Apenas passei ao outro mundo.
Eu sou eu. Tu és tu.
O que fomos um para o outro ainda o somos.

Dá-me o nome que sempre me deste.
Fala-me como sempre me falaste.
Não mudes o tom a um triste ou solene.
Continua rindo com aquilo que nos fazia rir juntos.

Reza, sorri, pensa em mim, reza comigo.
Que o meu nome se pronuncie em casa
como sempre se pronunciou.
Sem nenhuma ênfase, sem rosto de sombra.

A vida continua significando o que significou:
continua sendo o que era.
O cordão de união não se quebrou.
Porque eu estaria fora de teus pensamentos,
apenas porque estou fora de tua vista?

Não estou longe,
Somente estou do outro lado do caminho.
Já verás, tudo está bem.
Redescobrirás o meu coração,
e nele redescobrirás a ternura mais pura.

Seca tuas lágrimas,
e se me amas,
não chores mais.

(Oração de Santo Agostinho)

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

A PRINCESINHA CHEGOU!

A família real cresceu e está em festa, pois acaba de vir à luz uma princesinha linda, a primeira da quarta geração da dinastia. E chegou coberta de bênçãos, iluminada, trazendo consigo muito amor, beleza, júbilo, serenidade, doçura, harmonia e energias positivas.

Mais um botão de rosa que brota, aumentando a linhagem do clã. Parabéns ao papai, à mamãe, à avó, aos avôs, aos tios, aos primos e à grande matriarca, a bisavó.
O reino todo é só alegria. Seja muito bem-vinda, princesinha, e que Deus a abençoe!

Jandira.
Postado por JANDIRA às 16:15 1 comentários

SÁBADO, 31 DE JULHO DE 2010

EPISÓDIO INFELIZ

Hoje assisti a cenas de exacerbada falta de educação e respeito. Foi chocante ver pessoas graduadas se comportando de forma irascível, grosseira e desagradável, numa demonstração insofismável de total descontrole emocional e ausência de civilidade.

Educação e respeito são os alicerces para uma convivência saudável e harmoniosa. As pessoas precisam aprender a ouvir e a pensar antes de falar, ponderando bem sobre o que vão dizer e qual o efeito que as palavras poderão provocar.

É natural e aceitável que haja discordância de pontos de vista, argumentações, enfim. Para tanto, porém, não há necessidade de alterar os ânimos e baixar o nível da discussão, gerando uma situação desagradável de desrespeito. Provocações gratuitas, afrontas e indelicadezas são atitudes desprezíveis, tacanhas, um desperdício de energia absolutamente desnecessário.

Conter a impulsividade, saber recuar no momento certo e manter o equilíbrio é uma demonstração de amadurecimento e sensatez. Espero, sinceramente, que a boa educação, a harmonia, o bom senso e, sobretudo, respeito e amizade grassem entre nós.

A propósito, este "desabafo" não é direcionado a A, B ou C, mas pode sugerir uma reflexão sobre o nosso comportamento individual e perante os outros (ou não!).

Jandira.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

HOJE É O “DIA DOS AVÓS”

Não conheci meus avôs, pois já haviam partido quando cheguei. Mas tive a felicidade de conviver com minhas avós, especialmente a minha queridíssima avó materna, a quem prestei homenagem num texto postado no dia 20 de janeiro deste ano.

Minha avó paterna era uma típica senhora de família tradicional, daquelas que conservam uma postura aristocrática, resquícios dos tempos áureos que ficaram pra trás. Vó Linda era de poucas palavras e, mesmo não sendo carrancuda, tinha um semblante inalterável, plácido, distante. Sinceramente, não me lembro de tê-la visto sorrindo alguma vez. Nunca saía de casa, viu a vida passar pela janela. A casa era escura, silenciosa, de rotina conservadora, mas tinha um velho piano na sala, a coisa que mais me atraía naquele ambiente sem cor. Enfim, convivemos pouco, pois quando ela se foi, eu ainda era uma menina.

Minha avó materna era absolutamente o oposto: de origem muito humilde, ficou viúva cedo e precisou trabalhar arduamente para criar sozinha os cinco filhos. Todavia, apesar das dificuldades por que passou e da vida simples que levava, era alegre, intensa, brincalhona, divertida, expressiva, às vezes até exagerada, carinhosa e sempre muito presente em nossas vidas durante os seus 88 anos bem vividos, e grande parte deles morando conosco. Gostava de dançar, de viajar; era uma sumidade na arte de cozinhar e uma artesã de mão cheia. Quando nos deixou, eu já era uma balzaquiana. Sinto uma saudade tão grande da minha avó. Éramos muito apegadas e eu me lembro dela todos os dias.

A propósito, estou prestes a me tornar tia-avó. Minha primeira sobrinha-neta nasce por esses dias. Estou ansiosa para ver a nossa princesinha.

Jandira.