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Sou amiga dos dois pelos
profundos laços da geração comum e das aventuras artísticas da juventude. Fábio
Mozart e Romualdo Palhano são uma espécie de garimpeiros a registrar as raízes,
costumes e semblantes que marcaram nossa vida social, política e cultural.
Alguém teria que cuidar disso, do registro de nossa riqueza imemorial, do
espírito itabaianense, antes que as traças e os ácaros devorem nossas fotos,
nossa crônica de um passado de esplendor, nossos mais caros sonhos e feitos.
Com “Artistas de Itabaiana”,
Fábio Mozart reúne minibiografias dos mais expressivos artistas nascidos ou
radicados na terra de Vladimir Carvalho, um dos mais importantes
documentaristas do Brasil, acidentalmente ausente do livro. São laços fraternais que
levam o Pós-doutor Romualdo Palhano a voltar sempre sua memorialística aos
fatos e fotos de sua terra adotiva. Com o livro “Itabayanna – entre fatos e
fotos”, Romualdo orienta o exercício do tempo e seus labores para escrever e
publicar sobre Itabaiana, dando-se a esse papel de cronista da província que
tem sua dignidade flagelada pela incúria de tantos.
No rumorejar dessas
lembranças, já são três livros memorialistas de Romualdo e mais três de Fábio
Mozart. Sabem que é tempo de resgatar a história. Agradecemos a generosidade
desses cronistas a formar nossa bibliografia itabaianense, salvando para as
gerações futuras as partes mais densas da história de nossa terra e seus
inefáveis valores.
É sempre oportuno relembrar a
omissão dos que deveriam cuidar de nosso patrimônio histórico. Do alto de suas
empáfias oficiais e de tantas ignorâncias, deixaram se esvair prédios como o Colégio
São José, desfiguraram o conjunto arquitetônico do coreto centenário e cobrem
de desencantos, impunidades e corrupções o tecido social. Violências que não
impedem ações de pessoas lúcidas e comprometidas com nossa cultura, como esses
trabalhos de Fábio e Romualdo, trazendo-nos a fidalguia do respeito às nossas
mais fortes tradições culturais, os bons e memoráveis costumes de nossa gente,
gestos contrários aos gestos que violentam e destroem irremediavelmente nosso
foro de civilidade.
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