quinta-feira, 19 de junho de 2014

MEMORIALISMO A SERVIÇO DA HISTÓRIA

Foto do Jardim Público de Itabaiana em 1916. Atual Praça do Coreto. Publicada no livro "ITABAYANNA ENTRE FATOS E FOTOS" que será lançado na próxima sexta feira no Ponto de Cultura Cantiga de Ninar.
Sou amiga dos dois pelos profundos laços da geração comum e das aventuras artísticas da juventude. Fábio Mozart e Romualdo Palhano são uma espécie de garimpeiros a registrar as raízes, costumes e semblantes que marcaram nossa vida social, política e cultural. Alguém teria que cuidar disso, do registro de nossa riqueza imemorial, do espírito itabaianense, antes que as traças e os ácaros devorem nossas fotos, nossa crônica de um passado de esplendor, nossos mais caros sonhos e feitos.
 
Com “Artistas de Itabaiana”, Fábio Mozart reúne minibiografias dos mais expressivos artistas nascidos ou radicados na terra de Vladimir Carvalho, um dos mais importantes documentaristas do Brasil, acidentalmente ausente do livro. São laços fraternais que levam o Pós-doutor Romualdo Palhano a voltar sempre sua memorialística aos fatos e fotos de sua terra adotiva. Com o livro “Itabayanna – entre fatos e fotos”, Romualdo orienta o exercício do tempo e seus labores para escrever e publicar sobre Itabaiana, dando-se a esse papel de cronista da província que tem sua dignidade flagelada pela incúria de tantos.
 
No rumorejar dessas lembranças, já são três livros memorialistas de Romualdo e mais três de Fábio Mozart. Sabem que é tempo de resgatar a história. Agradecemos a generosidade desses cronistas a formar nossa bibliografia itabaianense, salvando para as gerações futuras as partes mais densas da história de nossa terra e seus inefáveis valores.
 
É sempre oportuno relembrar a omissão dos que deveriam cuidar de nosso patrimônio histórico. Do alto de suas empáfias oficiais e de tantas ignorâncias, deixaram se esvair prédios como o Colégio São José, desfiguraram o conjunto arquitetônico do coreto centenário e cobrem de desencantos, impunidades e corrupções o tecido social. Violências que não impedem ações de pessoas lúcidas e comprometidas com nossa cultura, como esses trabalhos de Fábio e Romualdo, trazendo-nos a fidalguia do respeito às nossas mais fortes tradições culturais, os bons e memoráveis costumes de nossa gente, gestos contrários aos gestos que violentam e destroem irremediavelmente nosso foro de civilidade.

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