quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

O CICLO DA VIDA

O ser humano nasce, passa pela infância - fase gostosa, descompromissada, inocente e de muita energia; aí vem a puberdade, a adolescência - período conturbado, cheio de mudanças, dúvidas, contestações, descobertas e muito vigor. É como um botão que começa a desabrochar; uma fruta que nem é verde nem madura. O processo de amadurecimento vai acontecendo durante a fase adulta - quando a pessoa passa a ser mais responsável, mais centrada, menos sonhadora e inconsequente. O botão finalmente desabrocha - é uma rosa; a maturação da fruta está completa.

Depois de atravessar essas etapas acumulando sabedoria, o indivíduo chega à velhice - o ocaso da vida. Esse período deveria ser de tranquilidade, satisfação e contentamento. Afinal, é tempo de colheita. Infelizmente, porém, muitas vezes a realidade é outra.

Os idosos, muito mais que os jovens, sofrem e definha
m por causa da solidão, da indiferença e do descaso. Na verdade, o que mais precisam e desejam nesta fase da vida é tão pouco, gente, e tão fácil de atender... Querem basicamente atenção, respeito, amor e carinho, necessidades essenciais para uma velhice suave e feliz.

Jandira.
nucoli@yahoo.com.br

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

BRINCANDO COM AS FORMAS GEOMÉTRICAS

Aqui estão mais algumas composições com as formas geométricas. Eram "tarefas de casa" que deveriam ser entregues já na aula seguinte, e os professores costumavam pedir quantidades enormes delas. Lembro que certa vez tivemos que fazer 60 amostras de estamparias (em papel), e eu me empolguei tanto que fiz 140. As atividades eram tão interessantes que o difícil mesmo era parar, pois o desejo de criar fervilhava em nossa cabeça, saía pelos poros.

Vejam só! Não parece brincadeira de criança? Mas é um exercício que exige, principalmente, harmonia e equilíbrio:

Ai, que saudade danada daquele tempo...
Jandira

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

ESTUDAR POR PRAZER

Em 1988, ingressei como graduada no curso de Licenciatura Plena em Educação Artística, da Universidade Federal da Paraíba, com habilitação em artes plásticas, depois de esperar por uma vaga durante dois anos.

Foi um período maravilhoso da minha vida, de farta produção artística, ainda mais porque minha turma era formada por pessoas que estavam ali, assim como eu, por puro prazer. Apenas um aluno ingressou através do vestibular (hoje, PSS), os demais já possuíam ao menos uma graduação em outra área de conhecimento, dentre as quais: Psicologia, Odontologia, Serviço Social, História, Química, Pedagogia, Engenharia Civil, Música, Comunicação Social, Enfermagem, Administração de Empresas, Economia, Letras e Direito (tinha até uma juíza!).

Parecíamos um bando de crianças num grande parque de diversões. A criatividade em ebulição (para muitos, inusitada) nos fazia esquecer tudo lá fora, inclusive o tempo. Era muito legal! Eu, particularmente (e modéstia à parte), bati meu recorde de notas dez (32, gente!).

A propósito, é bom lembrar que através da arte é bem mais fácil
aprender qualquer outra matéria. A verdade é que estudar por prazer é como brincar com seriedade. Aprendemos, por exemplo, a brincar com as formas geométricas: triângulos, quadrados, círculos e suas respectivas metades (como podemos ver nestas composições), e isso é só um dos mais simples exercícios dos muitos que fizemos.

As horas passavam despercebidas quando estávamos nas oficinas de cerâmica, bonecos, papel artesanal, arame, gravura, teatro, dança, música, fo
tografia, cinema, desenho, pintura e tantas outras, além das aulas teóricas, os documentários, os exercícios de relaxamento, as visitas a galerias de arte e participações em exposições coletivas, as viagens para pesquisa de campo nos ateliês de artistas famosos, os estágios supervisionados nas escolas... Céus! Era tudo muito gostoso, muito prazeroso, principalmente pela interação, pela coesão existente entre todos, inclusive os professores. Nossa turma era especial por irradiar harmonia, generosidade, carinho, solidariedade e alegria.

Jandira.
nucoli@yahoo.com.br

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

MUDANDO O FOCO

A vida é um presente de Deus, o maior e mais importante. Temos o dever de zelar por ela e não nos cabe tirá-la, jamais! Quando nossa vida anda meio cinzenta, sem brilho, sem sentido e não estamos conseguindo encontrar uma luz no fim do túnel, devemos mudar o foco dos nossos problemas e nos ocuparmos, por exemplo, tentando amenizar as dores dos outros que, muitas vezes, estão enfrentando situações bem piores que as nossas.

Quando damos importância demais aos problemas, ao sofrimento, eles crescem assustadoramente aos nossos olhos. Contudo, quando nos desligamos um pouco e passamos a observar melhor o que está acontecendo ao nosso redor (a mudança de foco), as coisas começam a clarear, a entrar nos eixos, a se equilibrar. Só então percebemos que muitas vezes fazemos a chamada tempestade em copo d’água. O difícil é admitir que “carregamos nas tintas” do nosso infortúnio e aceitar o fato de ter perdido um tempo precioso com coisas que nem mereciam tanta energia desperdiçada.

Somos humanos, passíveis de erros, e o nosso julgamento começa em nossa própria consciência. Não importa o que os outros acham nem as críticas maldosas que façam. O importante é não se deixar arrastar para a escuridão, não entregar os pontos nem desistir da luta. A força de vontade para enfrentar e vencer as adversidades, o desejo de ser e fazer feliz, de irradiar alegria por onde passar e sempre procurar fazer o bem, tudo isso está ao nosso alcance, pois Deus está dentro de cada um de nós. Então, o que estamos esperando?

Jandira.
nucoli@yahoo.com.br

sábado, 12 de dezembro de 2009

QUASE VIREI CIGANA!

Lembro de situações vividas quando ainda era um bebê. Isso aconteceu quando eu tinha um ano e poucos meses. O mais interessante é que só eu consigo lembrar todos os detalhes: as roupas, o cenário, o cheiro, a temperatura, enfim, como se tudo estivesse acontecendo agora. Minha tia e meu irmão lembram com mais clareza apenas o ponto principal daquele dia: o rapto e o resgate.

Certo dia da minha tenra idade, num fim de tarde, minha tia (à época com dez anos) estava comigo e meu irmãozinho no terraço da nossa casa, quando chegou uma senhora e pediu água. Era uma mulher magrinha, de baixa estatura, pele muito enrugada, mirradinha mesmo; roupas coloridas e um pano na cabeça (a blusa e o pano da cabeça eram de um tecido vermelho brilhoso e a saia estampada com flores enormes de várias cores); usava brincos, medalhas, anéis e colares dourados. Era uma cigana. Minha tia, com a inocência da criança que era, colocou-me no colo do meu irmão de três anos, recomendou-lhe que não me deixasse cair e foi buscar a água.

Ao voltar trazendo o copo com água, encontrou meu irmão sozinho. Perguntou por mim e ele respondeu que a velhinha havia me levado. Céus! Que loucura! Minha tia não perdeu tempo, saiu disparada em nosso encalço, parecia uma bala. Conseguiu nos alcançar logo porque a cigana correu justamente por uma rua com uma ladeira enorme. A idade pesou e minha tia ganhou a corrida. Foi tudo tão rápido que a moça que trabalhava em nossa casa nem percebeu
o movimento.

Ufa! Por pouco não viro cigana. Nada contra o povo zíngaro, mas crescer no convívio da minha família querida foi bem melhor. E, graças a Deus e à agilidade da minha titia, aqui estou contando o ocorrido. Contudo, anos após esse episódio, lá pela adolescência, inventei de aprender um pouco sobre a arte de ler as mãos, conhecida por quiromancia. Até comprei um livro sobre o assunto...
Por que será? Eu, hein! Que coisa!

Jandira.
nucoli@yahoo.com.br

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

SENSIBILIDADE

Estamos vivendo um tempo em que as pessoas estão perdendo a sensibilidade cada vez mais. Cai a sensibilidade, aflora o individualismo, e cada um que se preocupe apenas com seus interesses. Não sobra tempo para prestar atenção no próximo, que pode estar necessitando tão-somente de uma palavra de carinho, um abraço de conforto, um ombro amigo (ou até mesmo de cuidados mais sérios). É muito triste perceber que o ser humano está se robotizando.

Precisamos aprender a ouvir o que o outro tem a dizer, mas ouvir com atenção e boa vontade. E se nesse momento não encontrarmos uma palavra de conforto... gente, um gesto de carinho, uma demonstração de cuidado ou um afago já ajudam tanto... Ruim mesmo é a indiferença.

Quando não demonstramos às pessoas queridas o amor, o carinho e a atenção que sentimos por elas, indubitavelmente estamos deixando escapar uma valiosa oportunidade e que pode ser única, pois o tempo tanto ajuda a curar as feridas, como também pode ser muito cruel e... passar. De repente, tempo esgotado! E aí?

Vamos, então, aproveitar cada minuto da nossa vida, olhar nos olhos do outro e manifestar, expor, deixar evidente o que sentimos, mostrar a nossa atenção sempre, em todos os momentos, antes que seja tarde demais.

Jandira