No futebol, por exemplo, sempre fiquei na posição de goleiro, pois eu detestava driblar. Tinha vontade de empurrar quem estivesse me impedindo de seguir com a bola e também temia magoar a perna nas divididas (tenho um problema no joelho esquerdo). Na pequena área, porém, eu era uma danadinha. Magrinha e ágil, “voando” de um lado pra outro, dificultava bastante a entrada da bola, a não ser quando a bolada era tão forte que me levava junto... Aí eu começava a chorar e era imediatamente substituída (cá pra nós, fui uma garotinha muuuito chorona).
Ah, quando o jogo de futebol era com aquela bola feita com meias eu não encarava, é claro! A bola de meia era muito pesada, machucava. As meninas fugiam da bola de meia e os garotos ficavam com os corpos cheios de marcas vermelhas depois do jogo, isso quando a bolada não os nocauteava... Ui!
A bola tem algo de mágico e sempre exerceu uma atração forte em mim: bolinhas de rolimã, bolas de gude, de pingue-pongue (tênis de mesa), de futebol, bolas de arranjos natalinos, bolas de festa, bola gigante (daquela que se ganha como prenda nas barracas de quermesses e festas populares), bola de cristal, qualquer bola, simples ou não, e até a esfera do mapa mundi (o globo terrestre das aulas de Geografia), enfim, todas me encantam.
Vou contar um segredo: foi há uns seis anos quando fui fazer um exame de sangue. Na sala de colheita havia um cesto cheio de bolinhas coloridas para dar às crianças pra que não chorassem. Fiquei encantada com as bolinhas e..., não é que ganhei uma! Saí do laboratório toda feliz com o meu troféu na mão e guardo-o comigo até hoje. É a minha companheirinha na hidroginástica, a mascote.
É verdade que o futebol foi introduzido no Brasil por Charles William Miller, em 1894, que trouxe das ilhas britânicas duas bolas e um manual com regras. Mas tenho certeza de que bem antes disso, em nosso país, de alguma maneira os nativos já brincavam de bola. Está no sangue, gente!
Jandira.