

Passaram por lá circos grandes, luxuosos e renomados, como também circos paupérrimos, do tipo “tomara qu
e não chova”, pois não tinham lona para cobrir, e a penúria era tamanha que a trupe ainda pedia comida e água na vizinhança. Mas criança não se importa com essas diferenças, o importante é se divertir. E eu me diverti muito nos tantos circos que passaram em minha rua durante os "meus verdes anos".

Confesso que nunca achei graça nos palhaços, pois não entendia e sempre
me perguntava: por que uma pessoa pinta uma cara tão triste e fica tentando provocar risos nos outros? Também não gostava de números com animais, pois além do medo de que escapassem, achava-os muito infelizes naquelas jaulas apertadas e sujas.

O que mais me atraía, na verdade, era o “drama”, uma peça encenad
a no final do espetáculo. Apesar das atuações precárias, fraquinhas mesmo, eu ficava encantada. Foi dessa época que nasceu em mim o interesse pelo teatro.
Quando não tinha circo na rua, fazíamos um no quintal de casa com as colchas das camas e as cortinas da nossa casa. No esp
etáculo não tinha animais nem palhaço, mas tinha música, dança, trapézio, malabarismo, contorcionismo, equilibrismo e até mágica. Claro que, às vezes, também aconteciam acidentes.

Quando não tinha circo na rua, fazíamos um no quintal de casa com as colchas das camas e as cortinas da nossa casa. No esp

Os filhos d
os vizinhos eram os espectadores e, para entrar, tinham que pagar com uma moedinha ou trazer pipocas, bombons, chicletes, picolés, biscoitos ou frutas para o lanche. Sim, porque tinha a hora do lanche coletivo, era a interação entre a plateia e os “artistas”. Ah, como era bom aquele tempo...
Jandira.

Jandira.
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