Algumas pessoas acham que o amor é como uma prisão perpétua, uma maldição a ser carregada por toda a existência, será? Quando não há reciprocidade, quando é doentio, obsessivo e só traz dores, mágoas, infelicidade, é realmente um castigo. A convivência transforma-se numa tortura perene quando, apesar de todos os dissabores, as pessoas não conseguem se libertar. Mas, isso é amor?
Para mim, o amor é uma dádiva, um presente divino, o elixir da vida, e faz um bem enorme ao corpo e à alma. O verdadeiro amor nunca morre, renasce a cada dia, se reinventa, se renova. A chama se mantém acesa apesar de todas as intempéries, e mesmo quando parece que só restam cinzas, basta um soprinho para que ela ressurja cada vez mais firme, forte e bem quente...
A propósito, a poesia/música Valsinha, de Vinícius e Chico Buarque, ilustra bem o soprinho na chama. É uma história de amor renovado, a flama que reacende... sempre.
VALSINHA (Vinícius – Chico Buarque)
Um dia ele chegou tão diferente do seu jeito de sempre chegar
Olhou-a de um jeito muito mais quente do que sempre costumava olhar
E não maldisse a vida tanto quanto era seu jeito de sempre falar
E nem deixou-a só num canto, pra seu grande espanto convidou-a pra rodar
Então ela se fez bonita como há muito tempo não queria ousar
Com seu vestido decotado, cheirando a guardado de tanto esperar
Depois os dois deram-se os braços como há muito tempo não se usava dar
E cheios de ternura e graça foram para a praça e começaram a se abraçar
E ali dançaram tanta dança que a vizinhança toda despertou
E foi tanto felicidade que toda cidade se iluminou
E foram tantos beijos loucos, tantos gritos roucos como não se ouviam mais
Que o mundo compreendeu
E o dia amanheceu
Em paz.
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