sábado, 30 de julho de 2011

“BABEL” - O FILME

“Babel” foi lançado em 2006 (EUA), com direção de Alejandro González-Iñárritu, roteiro de Guillermo Arriaga e produção de Steve Golin, Alejandro González Iñárritu e Jon Kilik. Em seu elenco figuram atores como: Brad Pitt, Gael García Bernal, Jamie McBride, Kôji Yakusho, dentre outros. Tem duração de 142min e o gênero é o drama. Vi esse filme ano passado, durante o curso de pós-graduação e gostei muito. Excelente!

O filme retrata quatro culturas absolutamente diferentes, interligadas por situações inusitadas. Eis um apanhado do que vi:

Um casal norte-americano, em crise conjugal, deixa os dois filhos menores sob os cuidados de uma governanta mexicana e parte numa viagem de turismo pelo Marrocos. Dentro do ônibus em que viajava com o marido, a norte-americana é atingida por um tiro no ombro esquerdo, disparado por um garoto marroquino que testava, junto com seu irmão mais velho, o alcance da arma que seu pai havia comprado de um vizinho no dia anterior, para que os filhos protegessem dos chacais, o rebanho de cabras da família. Esse vizinho, por sua vez, ganhara a tal arma de um empresário japonês, quando participaram juntos de uma expedição de caça.

Em meio àquela situação desesperadora, o casal recebe a ajuda de um habitante daquela região, que acolhe a ambos em sua casa, numa cidadezinha perdida naquela terra árida, na tentativa de conseguir socorro. Uma senhora, possivelmente a mãe daquele bom homem, vendo o sofrimento da mulher ferida, afasta a vizinhança curiosa e faz a mulher fumar uma substância que ameniza a sua dor. Quando finalmente o casal é resgatado, aquele homem simples não aceita o dinheiro que o norte-americano lhe oferece como pagamento pela grande ajuda, numa demonstração de que a solidariedade humana é uma dádiva de Deus e não tem preço.

A polícia, por sua vez, usa toda a sua truculência na busca dos pretensos terroristas que alvejaram a norte-americana, açoitando violentamente as pessoas para obter uma confissão ou uma indicação dos culpados. O pai dos garotos, quando fica sabendo o que de fato aconteceu, foge desesperado na tentativa de salvar a vida dos filhos. Infelizmente, porém, o mais velho é metralhado e morre diante dos seus olhos.

Do outro lado do mundo, no continente americano, a governanta mexicana, precisando ir ao México para participar do casamento do filho, vê-se obrigada a levar os filhos dos patrões por não ter com quem deixá-los. Após a animada festa, no retorno para casa com as crianças e o sobrinho que os transporta, são barrados pela polícia da fronteira. O sobrinho se irrita com a intransigência dos policiais, fura o cerco e foge com todos, deixando-os perdidos no meio de um deserto. Na busca desesperada por ajuda, a governanta é presa e deportada, mas implora aos policiais que encontrem as crianças, o que acontece depois de algum tempo, quando os dois pequeninos são resgatados.

No Japão, a garota muda, filha daquele empresário japonês, sofre com a discriminação e o preconceito por causa da sua deficiência, além de viver atormentada desde que viu sua mãe se suicidar, jogando-se do terraço da cobertura de sua casa, e não conseguiu gritar para impedir aquele desatino.

É importante ressaltar que, apesar da enorme diversidade cultural, certos aspectos estão presentes em qualquer lugar do mundo, como o amor, a sexualidade, a dor, a solidariedade, o preconceito, a solidão, o medo, a intolerância, e tantos outros.

Vemos, por exemplo, o amor do casal, cujo relacionamento está em crise, aflorar naquele momento difícil; o enorme amor devotado pela governanta mexicana aos filhos dos patrões; o amor do pai marroquino pelos filhos; o amor do empresário japonês por sua filha deficiente auditiva.

A sexualidade, por sua vez, está presente no casal que se abraça e se beija mesmo naquela situação desesperadora; no garoto marroquino que espreita a irmã se despindo; na governanta que, durante a festa de casamento do filho, não resiste às carícias de um antigo namorado; na garota japonesa que, sentindo-se discriminada por causa de sua deficiência auditiva, provoca os rapazes e até o policial, mostrando-lhes o corpo.

O medo da governanta de não encontrar mais as crianças no deserto; o preconceito contra os imigrantes latinos nos Estados Unidos e contra o portador de deficiência, em qualquer lugar; a solidariedade daquele homem simples e sua mãe que ajudam a americana ferida sem querer nada em troca; a dor do pai que perde o filho metralhado pela polícia;
a intolerância e crueldade como a polícia tratas aquelas pessoas menos afortunadas. Enfim, todos esses sentimentos, sensações, comportamentos quase palpáveis são experimentados nos quatro cantos da terra, independente de credo ou etnia. É isso.

(Imagem Yahoo!)

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