
Quando ia à missa com a minha vovó, não via o tempo passar. Ficava distraída, olhando as imagens dos santos, da via crucis, os entalhes das portas, o altar... e os vitrais então? Aliás, eu insistia sempre para sentar no lugar onde o reflexo das cores dos vitrais ficasse sobre nós. Era uma maneira de me sentir “dentro” das cores.
Passei a utilizar tudo que gerasse cor quando comecei a rabiscar: esmalte, batom (a caixa de maquiagem da mamãe era um verdadeiro tesouro em minhas mãozinhas inocentes), caco de telha, carvão, sumo de casca de laranja, de folhas, lápis de cor, a caneta-tinteiro do meu pai, dentre tantas outras coisas. Minha mãe, muito sábia e também muito criativa, providenciava cadernos de desenho, livros velhos com gravuras em preto e branco, enfim, tudo que pudesse suprir, dentro das nossas parcas posses, a minha enorme vontade de desenhar e pintar. Ela também desenhava nas paredes, no chão de cimento da nossa casa, na areia do quintal, e tudo isso me incentivava sobremaneira. Aliás, a minha mamãe é o máximo!
Depois de desenhar e pintar em tampas de caixa de sapato, capas de livros e cadernos, qualquer pedaço de papel e até em folhas secas de castanhola, com uma produção tão grande que já não cabia nas gavetas, a mamãe tomou a iniciativa de mostrar tudo aquilo ao Coronel Raul (artista plástico admirável), diretor e dono da escola onde fiz o 2° grau, hoje chamado de ensino médio.
O Cel. Raul Geraldo de Oliveira me introduziu no mundo das belas a

Jandira
nucoli@yahoo.com.br
Janda, minha irmã, parabéns pelo seu blog. Gostei muito da abertura, falando sobre sua iniciação nas artes plásticas. Bjs do seu irmão Carlos
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