domingo, 7 de fevereiro de 2010

MEMÓRIA AMEAÇADA

Modéstia à parte, sempre tive uma memória muito boa, tanto que não costumava fazer apontamentos nos meus tempos de estudante, a não ser quando o professor exigia.

Na verdade, eu aproveitava muito mais ouvindo e escrevendo apenas as palavras-chave ou tópicos, assim, desde que não me distraísse naquele momento, guardava tudo na memória. Inclusive, não precisava (e nem costumava) estudar muito para fazer provas, bastava dar uma rápida olhadinha nos tópicos e, na hora, ia lembrando as palavras do mestre sobre o assunto. Nesse sentido a timidez até me ajudou, pois ficando quieta e calada a concentração era maior.

As aulas de História do Coronel Raul, por exemplo, eram as minhas preferidas, especialmente porque ele contava a História e a ilustrava no quadro (o Cel. Raul era artista plástico dos melhores e foi meu mestre nas artes visuais). Ah..., "viajei" muito pelo Egito antigo, pela Mesopotâmia; "vi" D. Pedro I decretar a independência do Brasil às margens do Ipiranga; “conheci” Ricardo Coração de Leão e Alexandre o Grande; a Regência Una de Feijó e os sermões do Padre Antonio Vieira. Era demais! O toque da campainha até irritava, pois me despertava daquele quase êxtase, interrompendo aquela viagem fantástica no tempo. Escrever? Que nada! Só no dia da prova, isso quando não era oral, o que era ainda melhor.

Até hoje aplico essa “técnica” dos tópicos nas reuniões do colegiado ou qualquer outra situação em que seja necessário fazer ata, relatório ou quaisquer documentos. É claro que faço muito exercício mental, por exemplo: memorizar o número da página do livro que estou lendo (não dobro nem uso marcador), não usar agen
das (onde já se viu secretária que nunca usou agenda?), muita palavra cruzada, jogos que exigem concentração e raciocínio rápido, entre outros.

Contudo, em decorrência da péssima qualidade do meu sono, que não passa de um cochilo, minha memória está sofrendo avarias. Já busquei ajuda de vários neurologistas, me submeti a uma série de exames como eletroencefalograma, tomografia computadorizada, inclusive uma polissonografia (que comprovou a superficialidade do meu sono... ou enlevação, como dizia minha avó), mas até agora nenhum tratamento logrou êxito.

Enfim, estou sempre muito cansada por conta das noites de “sono” continuamente tão fragmentado, resultando nesse estado de vigília constante. É óbvio que isso tem afetado bastante a minha memória, além de estar causando outros danos à saúde.

Sinceramente, um dos meus maiores desejos é conseguir “desligar as antenas” e dormir um sono profundo, completo, verdadeiro e reparador.

Jandira.

2 comentários:

  1. Gostaria q meus dias tivessem 30 horas, ou que eu tivesse 1/3 do sono que tenho. As vezes(ou sempre) nas épocas mais atribuladas mais tenho sono. Um sono de passar mal...isso também é péssimo, tenho mil coisas por serem feitas e não consigo, meu sono incontrolável não me deixa acesa - FUGA - PURA FUGA...beijos, mil beijos grande amiga ...sinta me forte abraço...

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  2. Olah Jandira é "fussando" seu blog que descobrimos mais ainda as suas boas qualidades. Da boa pessoa e colega de trabahlo que você é todos nós já sabememos. Agora descobrimos que você também é talentosa. Eu num dise que ia acessar seu blog? Um grande abraço. José Carlos e Célia

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