quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

“NAVEGAR É PRECISO...”

O cansaço toma conta do seu corpo, da sua mente e até da sua alma. Falta-lhe praticamente tudo do que necessita para continuar o embate: disposição, forças, estímulo e vontade. E sente-se tão só... Não quer perturbar a tranquilidade dos outros, pois estão todos ocupados com seus próprios interesses, com suas vidinhas.

Está literalmente só, sem ao menos uma palavra amiga, um aconchego, uma migalha de atenção... Por vezes sente-se insignificante, inútil. Mesmo assim não perde a fé e entrega sua sorte nas mãos de Deus.

Quando se desiste dos sonhos, quando os objetivos vão se apagando, é sinal de que a situação é realmente grave. Eis que a locomotiva está saindo dos trilhos; a máquina, carente de manutenção, de cuidados urgentes e im
ediatos, está falhando. E quem se importa com os sinais, com as evidências de uma derrocada iminente?

Costumamos fechar os olhos e os ouvidos para certas coisas que estão acontecendo (“gritando”) ao nosso redor, é mais cômodo ignorar. Contudo, vale lembrar que o tempo não volta, e que depois de quebrado, mesmo que se tente colar os caquinhos, o cristal nunca mais será o mesmo. Além disso, amanhã poderá ser muito tarde..., e aí, restarão apenas lembranças, lamentos e remorsos.

A vida deve renascer a cada dia, até chegar o momento da grande viagem. Desistir não é um bom verbo em determinadas situações. Deve-se desistir, sim, de cometer erros, de magoar as pessoas, de seguir por caminhos que podem levar ao abismo, enfim, deve-se desistir de tudo aquilo que possa ser danoso, em todos os sentidos e de uma forma geral. Mas nunca desistir de ser feliz, mesmo quando tudo parece perder a cor, a beleza; mesmo quando a dor (física e emocional) se torna a companheira de todas as horas. Plagiando o poeta, “navegar é preciso...”

Jandira.

Um comentário:

  1. Oi Jandira, consegui ler apenas o 1º parágrafo do seu texto, e já me enchi de angústia. Em apenas um texto meu eu citei muito sutilmente sobre meu problema de saúde. Tenho perdas irreversíveis de cartilagem nos joelhos e nos ombros. De umas 2 semanas pra cá, tenho convivido com uma insuportável dor que não cessa nem com inflamatórios pesados, e os analgésicos não cortam minimamente a dor que sinto no quadril direito. Provavelmente estou perdendo a cartilagem do quadril...e o que achava ser pra daqui uns 7, 10 anos pode estar muito mais perto do que imagino...minhas escolhas foram pautadas nessa certeza...agi puramente com a razão e matei meu coração....

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